OVULAÇÃO
OVULAÇÃO
Por https://www.elaonline.com.br
Ovulação é a liberação do óvulo a partir de um folículo maduro. A maioria das mulheres ovula todos os meses. Algumas mulheres percebem quando estão ovulando devido a sinais corporais como aumento da secreção vaginal, o que dá uma sensação de “umidade” nos genitais ou mesmo a presença de um muco transparente semelhante à clara de ovo. Outras mulheres podem sentir um desconforto na porção inferior do abdome ou perto da virilha quando estão ovulando. Isso é chamado de “dor do meio” (do ciclo) e está relacionada ao contato de líquido do folículo que se rompeu com a cavidade peritoneal. A produção de progesterona pelo corpo lúteo que se desenvolve após a ovulação pode causar sintomas pré-menstruais. Entre eles, é comum o inchaço do abdome, das mamas, dores nas mamas (mastalgia), retenção de líquidos, dor de cabeça e alterações do humor.
Ciclos menstruais regulares são característicos de ciclos ovulatórios. Por outro lado, alterações na ovulação costumam causar irregularidade menstrual ou mesmo a ausência de menstruação (amenorréia).
Várias doenças sistêmicas podem causar distúrbios ovulatórios. Problemas específicos do sistema nervoso central podem afetar o hipotálamo e/ou hipófise. Outras causas comuns são doenças da tireóide (hipo e hipertireoidismo), doenças do fígado, obesidade, tumores ou malformações dos ovários, insuficiência ovariana (menopausa precoce), hiperprolactinemia e síndrome dos ovários policísticos. Mudanças drásticas do peso corporal e estresse também podem influenciar na ovulação.
Marcadores de ovulação
A ocorrência de ovulação pode ser investigada através dos efeitos e modificações que ocorrem no organismo. Dentre eles, destacam-se a temperatura basal (TB) e o muco cervical. Dosagens hormonais no sangue ou urina e ultra-sonografia também podem verificar a presença ou não de ovulação.
Temperatura basal (TB)
Após a ovulação, o corpo lúteo secreta a progesterona. Este hormônio tem efeito no centro de regulação de temperatura corporal que fica no hipotálamo, aumentando em 0,5°C a temperatura basal (em repouso). Como a temperatura corporal varia com exercícios físicos, alimentação, vestimenta, etc., utiliza-se sempre a medida basal como parâmetro.
A temperatura basal anotada diariamente e relacionada com o dia do ciclo menstrual forma um gráfico. Se há elevação na segunda fase do ciclo (após o 14º dia), denomina-se padrão bifásico e está relacionado à ovulação. Entretanto, mesmo ciclos ovulatórios podem ter um padrão diferente, ou seja, monofásico. Isso é uma falha deste método para definir se houve ovulação.
A TB deve ser medida da seguinte forma:
- Medir e anotar antes de qualquer atividade do dia.
- Não beber café, fumar, etc.
- Ficar com o termômetro por pelo menos cinco minutos (se o termômetro for de mercúrio).
- Anotar diariamente, começando no primeiro dia do ciclo menstrual. Anotar também os dias da menstruação.
Muco cervical
O estrogênio causa mudanças cíclicas no colo uterino e no muco cervical. Ao longo da fase folicular, níveis crescentes de estrogênio estimulam as glândulas cervicais a produzir dez a trinta vezes mais muco. A elasticidade do muco aumenta. Nesta fase, a influência do estrogênio leva à formação de cristais semelhantes a folhas de samambaia no muco observado ao microscópio (fenômeno da cristalização). Em comparação, na fase lútea o muco cervical torna-se escasso, espesso, sem elasticidade, e não cristaliza com o padrão de “folhas de samambaia”.
Dosagens hormonais
Dentre os hormônios envolvidos no ciclo menstrual, o LH e a progesterona são usados como marcadores de ovulação.
LH
O LH aumenta 24 a 36 horas e atinge um pico 10 a 12 horas antes da ovulação. Exames de sangue ou (geralmente) urina podem sinalizar o período ovulatório.
Progesterona
A progesterona sangüínea é avaliada no meio da segunda fase do ciclo menstrual para confirmar a formação do corpo lúteo e conseqüentemente a ocorrência de ovulação.
Ultra-sonografia
Exames seriados de ultra-sonografia podem monitorizar o crescimento folicular e, posteriormente, a redução do tamanho do folículo que ocorre após a ovulação. Pode-se também observar pequena quantidade de líquido livre na pelve. A monitorização do desenvolvimento folicular deve se iniciar a partir do 10º dia do ciclo, quando o objetivo é orientar coito programado, inseminação ou fertilização in vitro. O folículo cresce por volta de 2 mm ao dia, rompendo-se ao atingir um diâmetro médio de 20 a 25 mm.
Biópsia de endométrio
É um exame invasivo que fica restrito a casos especiais. Geralmente é feito no consultório sem necessidade de anestesia com retirada de uma amostra da camada de revestimento do útero (endométrio). A análise microscópica do tecido é comparativa com as modificações esperadas para aquele dia do ciclo menstrual, concluindo-se se houve ovulação ou não.
Outros exames
Para investigação de doenças que podem afetar a ovulação alguns exames geralmente solicitados são:
- TSH (hormônio tireoidoestimulante) e T4 livre: para investigar hipo e hipertireoidismo.
- Prolactina: para o diagnóstico de hiperprolactinemia.
- Testosterona, DHEAS (sulfato de deidroepiandrosterona), androstenodiona: para avaliar doenças que levam ao aumento da produção de hormônios androgênicos. Incluem-se aqui asíndrome dos ovários policísticos e a hiperplasia de supra-renal.
- FSH e estrogênio (estradiol): solicitados quando a mulher está sem menstruações, para ver se ainda há folículos no ovário.
Outros exames podem ser pedidos de acordo com os achados clínicos e suspeita diagnóstica.
Cristalização
Na ovulação ocorre o aumento do hormônio estrógeno, que provoca o aumento dos níveis de sal no corpo da mulher. Este aumento de sal e mucina é bem evidente na saliva, onde é possível visualizar a formação de cristais em padrões que lembram uma samambaia. Este padrão em forma de “folhas de samambaia” pode ser visto quando a saliva é seca e observada com uma lente especial. Através deste método a mulher consegue identificar os períodos infértil, transitório e fértil.