Manual da papinha

Veja quando iniciar a introdução de alimentos sólidos e o que não pode faltar no prato do seu bebê

Por https://colunas.revistacrescer.globo.com

Até os 6 meses de idade, o único alimento do qual a criança precisa é o leite materno. A partir daí, chegou a hora de apresentar a ela um novo mundo de sabores e aromas. Afinal, comer bem e de tudo é um aprendizado – que começa desde a primeira colherada.

O processo é gradativo, pois ela vai precisar de tempo para se habituar à nova alimentação. “Tanto o leite materno quanto a fórmula infantil são líquidos e levemente adocicados, então, é natural um estranhamento a princípio”, diz a nutricionista Cintia Cardoso de Resende, do Hospital e Maternidade Santa Catarina, em São Paulo. Isso quer dizer que, sim, a cada comidinha diferente, o bebê vai fazer caretas (não se esqueça de fotografá-lo!) e talvez até cuspi-la. Mas isso não é motivo para a mãe se desesperar. Confira algumas dicas que vão ajuda-la na introdução dos novos alimentos.

Quando começar
O ideal é a partir dos 6 meses. Comece com suco de laranja lima (15 ml nos primeiros dias, subindo para 30 ml na semana seguinte), por volta das 9h, entre uma mamada e outra. Se o bebê aceita-lo bem, introduza uma fruta raspada ou amassada no lanche da tarde, por volta das 14h, na segunda semana. Por volta dos 7 meses, ele já pode comer a papa salgada no horário do almoço, entre 11h e 11h30, e no jantar, às 17h, com uma papa de fruta de sobremesa. Você ainda pode oferecer o peito ou a fórmula infantil de manhã, no lanche da tarde (mesmo com a fruta) e antes de dormir. Lembre-se de que é importante oferecer os alimentos nos mesmos horários, para criar uma rotina desde o início.

Como deve ser o prato
Quanto mais colorido, melhor. Pois isso significa que os nutrientes estão bem variados. Todos os grupos alimentares têm de ser colocados no prato: reguladores, energéticos e construtores. O primeiro é constituído pelas verduras e legumes. Inclua pelo menos duas porções deles. Já o segundo, pelos carboidratos (que nos dão energia, afinal), como arroz, batata e mandioca. E os construtores são as proteínas, ou seja, carne, frango e peixe. Uma fonte de energia e uma de proteína são o suficiente. “Também dá para oferecer a gema do ovo com moderação, mas a clara, por ser alergênica, só depois que o bebê fizer 1 ano”, comenta a nutricionista. “Não se esqueça de montar um prato bem bonito, pois as glândulas salivares já são ativas ao olhar a comida”, diz. Sempre que possível, cozinhe os alimentos separadamente e sirva-os assim também, para que seu filho conheça o sabor de cada um deles. Por último, os alimentos devem ser amassados e peneirados, mas jamais batidos no liquidificador.

A quantidade ideal
Não é preciso exagerar na hora de servir a comida. Até os 9 meses, o bebê vai comer de quatro colheres de sopa a uma xícara. Até os 12 meses, uma xícara completa, e, de 1 a 3 anos, ofereça um prato infantil (600 ml). Se não for possível cozinhar diariamente para o bebê, congele as refeições em porções, em vidros esterilizados. Coloque uma etiqueta com a data e o conteúdo – elas podem ficar congeladas por até um mês. Para descongelar, coloque o pote na geladeira algumas horas antes de servi-lo.

Posso temperar?
Não é necessário colocar sal na comida das crianças. Mas se você resolver salgá-la mesmo assim, basta uma pitada. Os outros temperos estão liberados, como alho, cebola, azeite e ervas naturais (salsa, cebolinha, alecrim, coentro, etc.).

Deixa sujar
Para seu filho se familiarizar com os novos sabores, deixe que ele pegue pequenos pedaços de frutas e de comida com a mão também. Se ele negar algum alimento, insista mais algumas vezes. “Pode ser que o bebê não tenha gostado da consistência ou da temperatura, por isso, vale a pena tentar de novo de um jeito diferente”, sugere Cíntia. Ofereça a refeição em um ambiente tranquilo (de preferência, coloque o cadeirão na copa), sem TV por perto. A partir de um ano, ele já pode comer à mesa com o resto da família.