Comissão apura denúncia de cesariana forçada

Vereadores cobram Amil por criar dificuldades para mães que desejavam ter parto normal.

Por  DIÁRIO DE S.PAULO - Caroline Apple (noticiado dia 09/09/2013)

Na semana passada, a Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher aprovou o requerimento da vereadora Patrícia Bezerra (PSDB) para que a Amil dê explicações sobre o fato de negar a cobertura de parto normal para suas seguradas. Segundo o documento aprovado, a operadora só cobre partos agendados.

A denúncia partiu de uma reportagem veiculada na imprensa, que mostrava o caso de uma jornalista em trabalho de parto. Ela foi até um hospital credenciado pela Amil e lá foi informada que teria de pagar pelo procedimento.

“A comissão quer entender os motivos que levam o plano a se negar a fazer o parto humanizado da paciente”, disse a vereadora Patrícia Bezerra.

Para a vereadora Juliana Cardoso (PT), a situação é uma oportunidade para trazer o tema novamente ao debate.

“O parto normal não é lucrativo para os planos de saúde. Há pegadinhas nos contratos e os médicos não aceitam a relação com o parto natural”, explicou Juliana.

AMIL NEGA/ A vereadora do PT afirmou que há um projeto de lei que visa a normatização de mais casas de parto em São Paulo, que fazem apenas partos naturais. “Temos somente uma veiculada à Prefeitura. Precisamos de mais, além de incentivar a figura da obstetriz, popularmente chamada de parteira”, alegou.

Em nota, a operadora informou que incentiva o parto normal e nunca foi contra a prática. A empresa afirmou que possui um programa criado exclusivamente para estimular o parto normal e a amamentação, que atende cerca de 1,2 mil gestantes por mês.

O procedimento junto à operadora é o mesmo para qualquer internação: o médico deve solicitar a guia, baseado na data prevista para o parto. 
Nos casos em que houver alguma intercorrência ou antecipação, o médico, ao ser notificado, encaminha para a Amil a solicitação da guia de internação em caráter de urgência. Quem decide o tipo de parto são as pacientes e os médicos que as acompanham.


Médicos iniciam trabalho

Após treinamento, profissionais brasileiros do Mais Médicos começam a atender hoje em 12 Unidades Básicas de Saúde da periferia de São Paulo

Após uma semana de “experiência” e reconhecimento dos locais de atuação, os médicos brasileiros selecionados no programa Mais Médicos, do governo federal, começam a clinicar efetivamente hoje nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da capital paulista. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, na semana passada os profissionais foram para as UBSs e tiveram contato com os diretores e pacientes para se integrar ao sistema de saúde. Os profissionais estrangeiros só começam a clinicar no país na próxima segunda-feira, dia 16. Os 400 médicos cubanos vão atuar em 219 localidades. Em São Paulo, três profissionais cubanos atuarão em três municípios.

MAIS:

90% 
dos partos da rede privada são por cesariana


40% 
dos partos feitos pelo SUS são por cesariana

 

15% 
é a proporção de cesarianas recomendada pela OMS